sábado, 11 de outubro de 2008

Às palavras abaixo, não são minhas. Tomei a liberdade de postá-las, pois representam a melhor representação escrita do momento que este município vivencia. Parabéns, Evelise...

"Caro companheiro, gostaria de dividir contigo e com teus leitores algumas reflexões:As eleições deste ano trouxeram muitas lições. Mas o maior aprendizado ainda está por vir. Para aprender que o governo do prefeito Volnei foi o melhor que Itajaí já teve ainda vai demorar algum tempo. O tempo necessário para que as pessoas percebam a importância das obras estruturais que Volnei fez nessa cidade. Das mudanças sociais, de auto estima e de identidade que Volnei plantou nessa cidade, das oportunidades que o povo teve de participar politicamente da vida de Itajaí, nas escolhas, na participação, no acesso às políticas públicas. Das oportunidades que a população teve de se ver representada. Independente de classe, cor e credo. A consciência disso só virá daqui há algum tempo, quando as pessoas que moram em Itajaí conseguirem compreender que Volnei confiou na população, e por isso arrumou briga com muitos poderosos. Volnei não teve medo. Enfrentou quem fosse necessário, em defesa de um governo do povo. Escolheu o lado que ia defender. Escolheu pra quem governar. E não foi para as famílias tradicionais da cidade e nem para a imprensa. Foi sim brabo, sério, carrancudo em muitos momentos. Mas também foi sorridente, amigo, confidente e conselheiro daqueles que precisavam dele. E fez um lindo trabalho.Muitas pessoas andam dizendo que não sabemos perder. Mas mal sabem eles que ganhamos. Ganhamos sabedoria. Ganhamos amigos. Ganhamos novos olhares sobre velhas pessoas. E ainda ganharemos muito mais.Sabemos sim que perdemos o pleito. Perdemos com a consciência tranqüila de quem fez o trabalho limpo, suado, pela população, pela coletividade. Com a serenidade de quem não manipulou órgãos públicos, com as mãos limpas de quem não distribuiu sacolões nem favores.Tenho muito orgulho de ter feito parte deste governo. Das coisas que aprendi, da cidade que ajudei a construir. Dos sonhos que pude realizar. Por que como diz o mestre Paulo Freire “Mudar o mundo é tão difícil quanto possível”.Para quem pensa que os vermelhos de coração e alma vão desaparecer, não se iludam. O próximo prefeito de Itajaí terá a nossa atenta companhia durante seu mandato. Não a companhia dos perdedores, mas a companhia de quem agora sabe como as coisas acontecem. De quem agora sabe como tudo é feito. E de quem ainda tem o sonho de mudar o mundo." Evelise Moraes Ribas.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Marejada 2008


Na noite de ontem Itajaí presenciou a abertura da Marejada 2008, a tradicional festa portuguesa do pescado que, nos últimos anos, estava beirando à extinção. Esta edição da Marejada começou com novo rítimo. As novas instalações do Centro de eventos do município são realmente dígnas de uma grande festa e foram responsáveis em renascer uma festa que já estava decadente. O número de expositores, vindos de vários lugares do país, a gastronomia farta, a gravação do DVD ao vivo do grupo Garotos de ouro, fato inédito do município, empolgavam os visitantes.

Apesar da grandiosidade da festa, o clima não era de alegria... Era fácil perceber o imenso número de pessoas vestidas de vermelho (protesto?) e o desagradável teor da assunto da maioria das "rodas". Parece que a cidade de Itajaí ainda não digeriu a derrota de Volnei Morastoni (será que digerirá?), uma vez que se estabelece um paradoxo entre o desenvolvimento nunca antes vivenciado e o retorno à administração de oposição. Muitas coisas continuam no ar... Os comentários persistentes sobre a fraude eleitoral, a ingratidão do povo Itajaiense, a incompatibilidade entre resultados e sentimentos da população. É difícil entender como um candidato vence com 9.000 votos de vantagem e, excetuando pequenos grupos vestidos de amarelos, à desolação abate de forma tão intensa os diversos setores da sociedade.

De qualquer forma, Volnei Morastoni teve todos os motivos para discursar de cabeça erguida, pois foi o grande responsável pela mudança que retirou Itajaí da obscuridade e projetou em um meio de eventos nunca dantes sonhado... vai entender...

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Assim caminha à Humanidade...

Chegamos à 9 dias do esperado mês de outubro... quatro dias após o pleito municipal na cidade de Itajaí. Após uma disputa intensa, que dividiu a cidade entre amarelos e vermelhos por meses, acirradamente. Meses angustiantes, onde tivemos calúnias, ameaças, agressões físicas e verbais, denúncias infundadas e articulações de ambos os lados. Nas urnas no dia 05, venceram os amarelos mas o fato ainda não encerra o processo eleitoral que, devido a suspeita de fraude nas urnas levantada por determinada coligação, prossegue sem homologação. Nas ruas, a cidade busca reencontrar seu rítimo de trabalho, levantar em meio a toda esta sujeira e voltar a contribuir com uma Itajaí cada dia melhor... A desolação de quem não obteve a vitória, é grande... como se tudo o que se construiu nos útimos quatro anos estivesse ameaçado de ruir, talvez para sempre. A conquista de quem acredita que venceu, preparando para retomar o comando de uma cidade estratégica, contribuíndo com a desolação dos "perdedores", organizando uma nova estrutura de governo.
Ainda me questiono sobre quem realmente perdeu... Como não acredito em confirmações de fraudes eleitorais, penso que muito maior que a derrota vermelha, foi a derrota que sofreu a democracia, a verdadade, o crescimento, o município... É tempo de reflexão, rever-mos nossos caminhos, reconstruí-los, buscando novamente a proximidade deles com nossos princípios e ideais...

quarta-feira, 8 de outubro de 2008


Justiça...


Ainda lembro, de quando era criança... Quando aos 8 anos passei a dizer, sob orientação do pai, que ao crescer queria ser Advogada, para defender pessoas... Já naquela época, ouvia que meu potencial tinha que ser utilizado profissionalmente, pois encontrava respostas fáceis para tudo o que falavam e, papai amava esta “virtude”.
Os anos foram passando e eu, afirmava convicta que o direito seria a área de atuação em toda a minha vida. Dentro do direito, a promotoria. Por quê? Para provar a fragilidade dos argumentos de quem tentasse ludibriar a justiça...
Sem me deter demasiadamente aos detalhes, posso dizer que me graduei em enfermagem, na Universidade federal de Santa Maria, no ano de 2002. A universidade pública e as dificuldades financeiras da época de acadêmica foram fatores muito importantes em minha formação, para toda a minha vida... Tornei-me uma apaixonada pela saúde, pelas questões sociais e políticas. Superei dificuldades inimagináveis e aí, perdi o limite do impossível...
Em 2004 me pós-graduava em obstetrícia e em 2008, em saúde pública. Esta era a linha de confluência entre o desejo de “advogar” da infância e a realidade social... Percebi que este era meu verdadeiro porque de existir: ajudar, apoiar, trabalhar para diminuir a dor e potencializar a voz dos que já não tinham mais como gritar...
Na saúde Pública, atuando na gestão de uma das maiores secretarias de saúde do estado de santa Catarina, conheci a política mais intimamente. Passei a ver que a motivação das pessoas sempre pode estar relacionada com seus próprios interesses, que o coletivo perde importância para pessoas que focam sua vida exclusivamente no privado e que o marketing pode ser mais estratégico do que a verdade. Isto é justo?
Passei a presenciar realidades cruéis, comportamentos desumanos, situações aonde princípios que sempre conservei comigo, pareciam não ter qualquer valor para algumas pessoas. Aprendi que minha ideologia política, de apoio a uma classe economicamente favorecida, capitalista, que cria que “eu” era a responsável por êxito ou fracasso de minha vida, era frágil... Vislumbrei uma nova realidade, que somava as lições do SUS aprendido na Universidade Federal, às adversidades extremas superadas na vida e a vontade de vencer no coletivo, que me trazia um novo suporte de idéias e me fez desejar defender e apoiar idéias análogas, tornando-me praticamente uma socialista. Da infância de classe alta, capitalista e burguesa, só restava à certeza de saber o que não servia mais para minha vida, estruturada em cima de ideologias fortemente defendidas.
Este processo de catálise estava completo e a busca pelo social estava cada dia mais forte em mim. Sabia que tinha uma grande aptidão política também e senti como se tudo que tivesse estudado até hoje, não fosse o principal, mas servisse de apoio à verdadeira vocação diplomática.